sábado, 14 de abril de 2012

PARA ORIENTANDOS DE PROJETOS II E DE PROJETOS III
Sobre plágio e utilização indevida
Plágio é crime, punido com dois a quatro anos de prisão. O orientador que for leniente ou conivente enquadra-se na mesma lei. Logo, é natural que haja uma forte pressão sobre os orientandos com relação a essa questão.
Como tenho a sensação de não ser bem compreendida, seguem novamente recomendações sobre o texto acadêmico.
  1. O texto acadêmico não é seu. O papel do pesquisador é fazer um relatório sobre a pesquisa - no caso da monografia - uma pesquisa teórica, portanto, baseada em textos alheios. Este relatório será o artigo, a monografia, a dissertação ou a tese redigida através de texto próprio ou texto de outros, mas sempre a partir de um conhecimento prévio de outrem, objeto da sua pesquisa. 
  2. A fonte da pesquisa - autor, texto, editora, data da publicação e página - deve estar sempre devidamente identificada por nota de rodapé, depois da citação, seja ela direta ou indireta. Se não houver tal identificação, o trabalho é considerado plágio (utilização indevida), pois houve a utilização de uma idéia pesquisada anteriormente por outra pessoa.
  3. Como os alunos de graduação, em cursos como publicidade, jornalismo, letras, entre outros, não tem condições físicas, materiais, financeiras ou acadêmicas, de fazer pesquisa empírica, em que a pesquisa sobre o objeto é feita diretamente, em campo, a pesquisa realizada é sempre uma pesquisa teórica, na qual são consultadas teorias formuladas por autores que, por sua vez, realizaram pesquisas teóricas ou empíricas, e que são considerados qualificados academicamente. 
  4. Logo, tudo o que você escreve na sua monografia é de segunda mão  (ou terceira ou quarta ou quinta) e você não pode apropriar-se da idéia como se fora sua, sem denunciar de onde saiu aquilo. Isso serve não apenas para mostrar a qualidade científico-acadêmica do seu trabalho, mas para apontar a verdadeira autoria daquele conhecimento. Assim, é natural que cada lauda apresente, no mínimo uma, e muitas vezes várias notas de rodapé com a referência bibliográfica de onde aquela conhecimento ou aquele texto foi extraído.
  5. Em um dos textos que escrevi e deixei à disposição neste blog, logo no início do semestre, inicia-se com "Nada, nada do que você escreve pode vir da sua cabeça". Pois bem, reitero esse comentário com toda a veemência. 
  6. O papel do pesquisador ao redigir uma monografia é fazer a "costura" ou o encadeamento entre os vários assuntos que pesquisou. Não é tirar conceitos de sua cabeça e escrever sobre eles, por mais que você pense que a origem deles seja seu próprio cérebro. Mesmo porque, se a origem for seu próprio cérebro, não vale academicamente, a menos que você seja um autor acadêmico-científico, com obras publicadas previamente em congressos como Intercom, Compós, entre outros. De qualquer forma, se assim fosse, você teria também que denunciar a si mesmo como fonte referencial em nota de rodapé. Como nos últimos 10 anos, só houve um caso de orientando meu citar a si mesmo, ou melhor, a si mesma, não creio que este seja o caso da maioria dos meus orientandos. A orientanda em questão, Sara Martins, por compreender inteiramente os parâmetros acadêmicos, além de de pedir minha autorização para citar um trabalho anterior, realizou uma monografia brilhante, tanto sob o ponto de vista conceitual, como formal. O trabalho dela é o primeiro dos dois links abaixo. O outro é da aluna Débora Bastos, cujo trabalho também foi elogiadíssimo pela banca. 
https://docs.google.com/open?id=0B5lLUavk70mpRDV5R2xtTW1nYkk
https://docs.google.com/open?id=0B5lLUavk70mpZXN2RXVQYUwwSFU
https://docs.google.com/open?id=0B5lLUavk70mpMDFWckIzTy1iWEk


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